Há dores que o corpo esquece. Um tombo de infância, uma queda na adolescência, uma torção no tornozelo. Com o tempo, o corpo se cura. Mas há dores que a alma carrega, silenciosas, impiedosas, que se infiltram na dignidade e fazem morada no coração. A fome é uma delas. E essa, o tempo não apaga.
Quem nunca sentiu a barriga roncar fora de hora talvez não entenda. Talvez veja a fome como um incômodo passageiro, um lapso resolvido no próximo prato servido. Mas e quando não há prato? E quando o próximo pão é um ponto de interrogação? Quando a noite chega e, em vez de sonhos, a única coisa que o travesseiro sustenta é um estômago vazio?
A fome não é só a ausência de comida. É a ausência de escolha. É o grito silencioso de quem, ao contrário de tantos, não pode simplesmente abrir a geladeira e decidir o que comer. É o peso insuportável de um pai que mente para os filhos, dizendo que já jantou, só para garantir que eles comam o pouco que sobrou. É a mãe que bebe água para enganar o estômago e fazer o pão durar mais um dia. É a criança que vai para a escola sem lanche, fingindo que não tem fome para evitar a vergonha.
Ninguém merece dormir com fome. Porque fome não é só dor física, é desespero. É a sensação de impotência diante de um mundo que segue, indiferente. Enquanto uns desperdiçam, outros mendigam. Enquanto uns se preocupam com a dieta, outros sonham com um prato de arroz e feijão.
A fome é uma injustiça que grita. Mas nem todos escutam. E isso é o mais cruel.
Se há uma verdade universal, é esta: ninguém, absolutamente ninguém, deveria deitar a cabeça no travesseiro com o estômago vazio. Porque quem dorme com fome, acorda com menos esperança. E um mundo sem esperança é um mundo que fracassou com os seus.
A fome não escolhe idade, cor ou classe social. Ela atinge desde a criança que chora sem entender o porquê da dor no estômago até o idoso que revira sacolas plásticas à procura de algo que alivie o vazio. Ela se esconde nas ruas, nas periferias, nos barracos improvisados. Está mais perto do que imaginamos, às vezes na casa ao lado, no olhar envergonhado de um vizinho que não tem coragem de pedir ajuda.
É preciso lembrar que combater a fome não é apenas um ato de caridade, mas de justiça. Uma sociedade que permite que seus membros durmam sem ter o que comer é uma sociedade doente, que falhou no básico: garantir dignidade a todos. Nenhuma criança deveria crescer com o medo de não ter o que comer no dia seguinte. Nenhuma mãe deveria dormir com o coração apertado por não ter conseguido alimentar seus filhos.
Enquanto houver fome, haverá urgência. Não basta sentir compaixão, é preciso agir. Pequenos gestos fazem diferença. Compartilhar, doar, apoiar projetos sociais, cobrar políticas públicas eficazes. Porque um prato de comida pode parecer pouco para quem tem muito, mas para quem tem nada, pode significar tudo.
Ninguém merece dormir com fome. Nem hoje, nem nunca.💔
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