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Fazer Sobrar para Doar: O Impacto Transformador da Generosidade Empresarial na Luta Contra a Fome

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A fome no mundo não é uma questão de escassez de alimentos, mas sim de distribuição. Diariamente, milhões de toneladas de comida são desperdiçadas, enquanto uma parcela significativa da população enfrenta a insegurança alimentar. A indústria de hotéis e restaurantes desempenha um papel crucial nesse cenário, tanto pela quantidade de alimentos que manipula quanto pelo potencial de impacto positivo que pode gerar. A proposta aqui é clara: ao invés de doar apenas o que sobra, que tal planejar para que sobre e, assim, doar de forma consciente e estratégica?

ESG e ODS: Integrando Sustentabilidade e Responsabilidade Social

As práticas de doação de alimentos estão intrinsecamente ligadas aos conceitos de ESG (Ambiental, Social e Governança) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU. ESG refere-se aos três fatores centrais na medição da sustentabilidade e do impacto social de um investimento em uma empresa ou negócio. A doação de alimentos se alinha diretamente aos componentes Social e Ambiental, ao reduzir o desperdício e contribuir para o bem-estar da comunidade. Os ODS são um apelo universal para acabar com a pobreza, proteger o planeta e garantir que todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade até 2030. A doação de alimentos contribui diretamente para o ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) e o ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis).

A Economia da Doação: Benefícios para as Empresas

Muitas empresas temem que aumentar a produção para fins de doação resulte em custos adicionais. No entanto, estudos e experiências de grandes corporações demonstram que investir na doação como estratégia social e de marca pode trazer benefícios significativos.

1. Fortalecimento da Marca e Fidelização de Clientes

Empresas comprometidas com causas sociais tendem a ganhar a preferência dos consumidores. Atualmente, o público valoriza marcas que atuam de maneira ética e sustentável. Restaurantes e hotéis que incorporam a doação de alimentos em suas políticas empresariais atraem clientes que desejam apoiar iniciativas positivas. De acordo com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), 76% dos doadores institucionais fizeram doações espontâneas em 2022, indicando uma cultura de doação enraizada na sociedade brasileira (IDIS – Pesquisa Doação Brasil).

Doar é um ato de amor. Muitos necessitam de você. Faça uma doação e sinta o prazer de ajudar.

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2. Incentivos Fiscais

Governos de diversos países oferecem incentivos fiscais para empresas que doam alimentos. No Brasil, a Lei nº 14.016/2020 facilita a doação de excedentes alimentares e protege os doadores de responsabilidades civis, desde que os produtos estejam em condições seguras de consumo. Além disso, doações podem ser deduzidas do Imposto de Renda, reduzindo a carga tributária da empresa (Governo Federal).

Atualmente, a legislação brasileira permite que empresas tributadas pelo lucro real deduzam até 2% do Imposto de Renda devido por doações a bancos de alimentos. No entanto, uma proposta aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado busca ampliar esse limite para até 5% e incluir empresas optantes pelo lucro presumido com receita bruta inferior a R$ 78 milhões. O projeto segue para análise na Câmara dos Deputados. (g1.globo.com)

Além disso, a Lei nº 9.249/1995 permite que doações a entidades civis sem fins lucrativos que prestem serviços gratuitos em benefício da comunidade sejam deduzidas como despesa operacional, reduzindo a base de cálculo do Imposto de Renda. (planalto.gov.br)

É importante que as empresas consultem a legislação vigente e orientações da Receita Federal para garantir o correto aproveitamento desses benefícios fiscais.

3. Engajamento de Funcionários e Cultura Organizacional Positiva

Empresas que adotam práticas de responsabilidade social corporativa (RSC) fortalecem sua marca empregadora e atraem talentos qualificados, especialmente das gerações Z e Y. Profissionais buscam trabalhar em organizações que demonstram um compromisso genuíno com a sociedade e o meio ambiente. (exame.com)

Além disso, colaboradores que percebem que seu trabalho contribui para causas sociais sentem-se mais engajados e motivados, o que melhora a produtividade e reduz a rotatividade. Um estudo revelou que 78% dos profissionais da nova geração consideram a responsabilidade social corporativa um fator decisivo na escolha do emprego. (psicosmart.net)

Portanto, ao implementar iniciativas de RSC, as empresas não apenas contribuem positivamente para a sociedade, mas também criam um ambiente de trabalho que promove o senso de pertencimento e motivação entre os funcionários.

4. Novas Oportunidades de Negócio e Parcerias

Empresas que adotam a doação como parte de sua identidade corporativa tornam-se mais atraentes para parcerias estratégicas. Negócios socialmente responsáveis tendem a formar redes de colaboração com fornecedores, investidores e clientes que compartilham dos mesmos valores.

Um Exemplo Prático: Doar é Mais Lucrativo que Reduzir Custos de Produção

Para ilustrar como a doação planejada pode ser financeiramente mais vantajosa do que simplesmente reduzir a produção para evitar desperdícios, vamos considerar um exemplo realista baseado no funcionamento de um grande restaurante de hotel.

Cenário: Restaurante de Hotel com Buffet de Café da Manhã

Imagine um hotel de médio a grande porte que atende, em média, 500 hóspedes por dia em seu buffet de café da manhã. Como muitos estabelecimentos desse tipo, o hotel busca um equilíbrio entre oferta e desperdício, evitando sobras excessivas. O custo médio de produção de um café da manhã por hóspede pode ser de R$ 12,00, incluindo ingredientes, mão de obra e custos operacionais.

A administração do hotel tem duas opções para lidar com os excedentes alimentares:

  1. Reduzir a Produção: Ajustar a quantidade de alimentos produzidos para minimizar sobras.
  2. Manter a Produção e Doar os Excedentes: Planejar a produção para manter um nível estratégico de excedentes e destiná-los à doação.

Vamos analisar os impactos financeiros e estratégicos de cada opção.

Opção 1: Reduzir a Produção para Evitar Sobras

O hotel decide reduzir a produção em 10% para minimizar desperdícios. Essa estratégia gera uma economia direta em ingredientes, diminuindo os custos diários em cerca de R$ 600,00 (500 cafés da manhã x R$ 12,00 x 10%).

No entanto, essa redução tem efeitos colaterais negativos:

  • Satisfação do Cliente: Com menos comida disponível, os hóspedes percebem menor variedade e frescor, impactando a experiência no café da manhã.
  • Menos Atração para Novos Clientes: A qualidade percebida do buffet afeta avaliações online e pode reduzir reservas.
  • Custo do Descarte: Ainda assim, pequenas sobras ocorrem, gerando custos de descarte e impacto ambiental.

A longo prazo, essa decisão pode resultar em menor taxa de ocupação e receita reduzida, além de não gerar nenhum impacto positivo para a imagem do hotel.

Opção 2: Manter a Produção e Doar os Excedentes

Agora, consideremos a estratégia de manter a produção, mas destinar os excedentes diários para doação. Suponha que o hotel firme parceria com uma ONG local, enviando 50 refeições diárias para comunidades vulneráveis. Essa escolha traz vários benefícios:

1. Incentivos Fiscais

No Brasil, empresas que doam alimentos podem deduzir os valores doados do Imposto de Renda. Se o custo da doação for de R$ 600,00 por dia (50 refeições x R$ 12,00), a dedução fiscal pode chegar a 34% desse valor para empresas no regime de lucro real, gerando um retorno de R$ 204,00 por dia ou cerca de R$ 6.000,00 por mês.

2. Redução de Custos com Descarte

O desperdício alimentar tem custos logísticos e ambientais. Empresas que doam evitam pagar pelo descarte e reduzem gastos com transporte e manuseio de resíduos. No caso do hotel, essa economia pode representar R$ 1.500,00 por mês.

3. Melhoria da Imagem da Marca e Aumento na Receita

Hóspedes e clientes valorizam empresas com impacto social positivo. Hotéis que divulgam suas iniciativas sociais aumentam sua reputação, podendo atrair mais clientes dispostos a pagar um pouco mais por uma experiência diferenciada.

Se a iniciativa social elevar a taxa de ocupação do hotel em apenas 2%, isso significa 10 novos hóspedes por dia, cada um pagando uma diária média de R$ 400,00. Esse pequeno aumento resulta em R$ 120.000,00 adicionais por mês, sem necessidade de investimentos significativos.


Comparação dos Resultados

EstratégiaEconomia DiretaIncentivo FiscalRedução de Custos com DescarteImpacto na ReceitaTotal de Benefícios
Redução de ProduçãoR$ 18.000/mêsR$ 0R$ 0R$ 0R$ 18.000/mês
Manter Produção e DoarR$ 0R$ 6.000/mêsR$ 1.500/mêsR$ 120.000/mêsR$ 127.500/mês

Ao comparar as duas abordagens, fica claro que a doação planejada traz um retorno financeiro muito maior, além de benefícios sociais e ambientais.

Parceria entre Comida Invisível e a ONG É Por Amor

A startup Comida Invisível desenvolveu uma plataforma que conecta empresas com excedentes alimentares a instituições que necessitam desses recursos, promovendo a redução do desperdício e o combate à fome (Comida Invisível). A ONG É Por Amor, que atua no Rio de Janeiro, tem como missão transformar vidas e minimizar dores, especialmente entre as populações mais vulneráveis (Site Institucional). A parceria entre a Comida Invisível e a ONG É Por Amor potencializa o impacto social, garantindo que alimentos que seriam descartados cheguem a quem mais precisa, promovendo sustentabilidade e responsabilidade social.

Ao adotar práticas de doação planejada e parcerias estratégicas, empresas não apenas contribuem para a redução das desigualdades sociais e combate à fome, mas também fortalecem sua posição no mercado, alinhando-se aos princípios de ESG e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Doar não é apenas um ato de bondade, mas uma estratégia inteligente para negócios sustentáveis.

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